Os meus 30 foram lindos. E, antes do que eu imaginava, eles chegaram ao fim. Mais um ciclo fechado. Uma década de muitas conquistas, aventuras e surpresas boas para mim. Enquanto eu estava distraída celebrando tudo o que eu vivi, bum… Quarenta.
Minha vida certamente não se parece em nada com o que eu imaginei estar vivendo aos quarenta anos. Planos mudam e a nossa jornada por aqui é longe de ser uma estrada reta. Entre curvas, retornos e atalhos que surgiram no meio do caminho, eu cheguei onde eu queria chegar e fui um pouco mais além. Ah, a vida… Essa caixinha de surpresas.
A cada ano que passa, eu me sinto mais certa de mim mesma. Eu sei exatamente quem eu sou, o que eu desejo da vida e onde eu quero chegar. Na verdade, eu não mudei muito desde os meus vinte e poucos, mas eu certamente continuo aprendendo e amadurecendo a cada experiência e oportunidade que bate na minha porta. Assim como deve ser.
Por estes lados, onde o vento sopra mais gelado, eu aprendi a confiar na minha intuição e acreditar que eu sou capaz de realizar absolutamente tudo o que eu me propor. Sonhos que viraram metas; metas que viraram realidade. Quase dez anos vivendo em uma terra estranha, que agora eu posso chamar de minha, vencendo cada obstáculo na base da paciência, persistência e foco. Até aqui, só orgulho e bravura. Foram anos incríveis.
Esta nova década que começa agora tem nuances diferentes. São desafios maiores e, talvez, um pouco fora do meu alcance. No entanto, eu sinto que se eu esticar o braço com um pouco mais de destreza, eu posso tocar coisas extraordinárias. Apesar da idade agora roubar um pouco da minha vitalidade, não existe limite quando o coração está no lugar certo. Ele sempre encontra um pouquinho mais de força e motivação para me ajudar a seguir adiante.
Mesmo tendo chegado aos quarenta, eu não me sinto… Velha. Os poucos fios de cabelo branco que aparecem de vez em quando não me provam o contrário. Nem mesmo as rugas ao redor dos olhos e as marcas de sol na pele me abalam muito. Eu sou mais jovem do que muito jovem por aí. Uma menina de meia-idade. Cheia de energia, desejos, vontades e planos para os próximos anos.
Acho que a coisa mais importante que estou tentando colocar em prática este ano é ser boa comigo mesma. Saber quais são os meus limites e dar o melhor de mim sempre, mas também lembrar que eu preciso de incentivos, recompensas e momentos de descanso. Dizer a mim mesma que está tudo bem se algo deu errado e seguir em frente, sem culpa. Celebrar os dias bons, refletir nos dias em que não sei o que fazer ou como agir, e me permitir ser vulnerável nos dias ruins.
Viver o agora e agradecer por cada pequeno momento de felicidade é essencial. As nossas prioridades e estímulos mudam, assim como as nossas percepções de coisas que antes eram “muito importantes” e agora já não fazem mais tanta diferença. Com o passar do tempo, as coisas que ouvíamos dos nossos pais quando éramos crianças começam a fazer mais sentido. A idade chega para todo mundo e, com ela, um pouco mais de entendimento e sabedoria.
Porém, envelhecer não é um certificado de conhecimento. Cada pessoa lida diferente com as suas circunstâncias individuais e, mesmo quando somos mais velhos, nem sempre sabemos exatamente o que fazer — ou se o que fizemos foi a coisa certa ou mais adequada. É tudo um jogo de cintura. A gente continua aprendendo com cada situação que se depara, no entanto consegue enxergar as coisas com um pouco mais de clareza. Nada mais é “o fim do mundo”. Tudo tem como “dar um jeitinho”.
Contudo, parece que o tempo passa mais rápido quando somos adultos. É por isso que não dá para se acomodar e ficar esperando o desenrolar dos fatos cair do céu. Por mais que a vida não esteja totalmente alinhada com os seus planos, você tem que viver o agora… Seja ele qual for. Cada dia conta, cada hora, cada minuto, cada segundo… O relógio não para.
O futuro é incerto. Coisas boas e coisas ruins vão acontecer — não tem como fugir disso. Portanto, a melhor estratégia é não se preocupar muito com o deu errado e continuar a caminhada de cabeça erguida. Aproveite para curtir a paisagem, respirar fundo e sentir o cheiro das flores, caminhar de pés descalços na praia… Viva intensamente.
Sendo assim, está na hora de colher tudo o que eu plantei no passado, de cortar os “tês” e colocar os pingos nos “is”. Tenho planos ousados e sonhos antigos que desejo realizar em breve, então minha cabeça está sempre confabulando. Mas, apesar de tantos planos para o futuro, eu também vou aproveitar o meu presente. O meu agora. Ser espontânea. Curtir cada momento. Todo aquele papo de “carpe diem” e tal.
Os trinta se foram, mas deixaram muitas lembranças gostosas. Os quarenta já começaram em grande estilo — no Japão, onde eu passei o meu aniversário — e eu sei que tem muita coisa incrível vindo por aí. Eu vou apertar o cinto de segurança, acelerar e deixar o vento me guiar. Não esperem por mim, eu estarei voando alto em algum lugar do mundo.
Quarentando a todo vapor.
Para quem está traçando a mesma rota que eu, um pequeno lembrete… Priorize-se acima de tudo e de todos, cuide da sua saúde mental e física, e seja sempre a sua melhor versão — não para agradar a outras pessoas, mas para despertar todo o potencial que existe dentro de você mesmo. E não esqueça do protetor solar, ok?