Dois mil e vinte e dois foi um ano peculiar para mim. Um ano de muita reflexão, de importantes decisões e de dizer adeus a muitas coisas que não faziam mais sentido na minha vida.

Mudar nunca é fácil. Quebrar a rotina, sair da inércia, fixar novos hábitos, traçar outros planos, almejar sonhos ainda mais altos. Ousar sair do que julgamos confortável e buscar desafios, aprendizados e uma nova perspectiva de vida. Seja ela qual for.

Em 2022, eu fechei ciclos. Eu tentei quebrar paradigmas que eu moldei dentro da minha cabeça e dar chance para a minha criatividade imaginar um cenário diferente, mais condizente comigo mesma e com o âmago do meu ser. Um ano ditado por muita intuição, pressentimentos e sexto sentido. Puro feeling.

Este ano, eu deixei o meu coração ditar a direção dos meus passos. Eu busquei não ser tão metódica e intransigente comigo mesma — algo extremamente difícil, eu confesso — e deixar os meus dias mais leves e menos rígidos. Pequenas alegrias. Valorizar cada sorriso.

E, para mim, ainda o mais difícil: derrubar a muralha que me resguarda por mais de dez anos. A muralha que eu mesma ergui, tijolo por tijolo, para me proteger de dores externas. Depois de inúmeras conversas em voz baixa cercada pelas as paredes do meu quarto, eu entendi que eu precisava ser ainda mais forte. Muito mais forte. E a muralha veio à baixo.

Eu me senti desprotegida e vulnerável, até um pouco culpada por estar sendo tão ousada, mas eu sabia que era necessário. Era o momento certo. Estava na hora. Estava passando da hora.

Eu soube que era a hora de resetar o trajeto e começar a minha caminhada novamente. Os últimos meses do ano foram indispensáveis para colocar a cabeça no lugar e me preparar para essas oportunidades. Novos começos.

No último dia deste ano, eu me sinto leve e pronta para a nova etapa que está por vir. Que o próximo ano seja mais um ano de desafios e conquistas, de ver o mundo com outros olhos, de sentir novos sentimentos e de me permitir mais.

Quando o ponteiro do relógio fechar o último minuto do ano, eu vou cerrar os olhos e contar para o universo, mais uma vez, que eu estou preparada. Eu vou sussurrar que ele pode enviar a trama que precisa ser desenrolada nestes próximos doze meses da minha vida. E, com mãos ágeis, eu vou desatar todos os nós e massarocas que estiverem no trajeto.

A porta está aberta. Eu estou pronta. Três, dois, um. Feliz 2023.


Imagem: Filip Kominik (Unsplash)

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Escrever é uma das minhas maiores paixões. Por aqui, eu falo um pouco das coisas que se passam pela minha cabeça, uma mistura de temas pessoais, reflexões sobre a vida e estórias fictícias. Sou gaúcha, moro em Toronto e trabalho como designer visual há mais de 15 anos. Mãe da Lica, a beagle mais linda desse mundo. Amante de música, livros, filmes, shows e tudo relacionado a Coréia do Sul. <3

1 Comments

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    Que lindo isso! Eu adoro esse momento de balanço do final do ano porque quando a gente se olha com carinho percebe o tamanho de tudo que a gente conquistou/realizou.

    Eu espero que 2023 seja um bom ano e que você possa realizar muitas coisas nesse novo momento!
    Um beijo!

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